sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sentimento Sem Nome


Existe um sentimento dentro de mim que não se expõe com facilidade. As vezes, para encontra-lo, preciso de algo estimulante... Algo que me faça gritar, de dizer tudo o que sinto. Seja numa nota do meu violão, dos textos da Eveline, das frases ditas por alguém, e que na minha rotina, relembro-as continuamente.

Não há como definir este sentimento, pois em hora, é algo audacioso, liberal, estimulante... Mas em outrora, é um vazio... e se torna minha busca continua ( minha "palavra").

Esse sentimento tem cheiro... Sim, ele tem cheiro...

Certa vez, quando descobri que teria mais tempo para postar aqui, e li alguns textos da Line, sai do serviço para ir pegar o ónibus rumo a escola. Ao entrar naquele ónibus, sentar no primeiro banco, ligar meu mp4... algumas de minhas lembranças tornaram-se mais vivas. Primeiro, lembrei-me de mim mesma há alguns anos atrás...
Não muito distante: meus doze, treze anos.

O sentimento veio... e junto com ele, seu cheiro. Aquele cheiro que não consigo definir.

As vezes me sinto em um desses filmes americanos, franceses... Aqueles que parecem que nunca terminam no final: o personagem dejavu, que tem uma vida normal, como a minha... Aquela historia que acontecem tantas coisas loucas, tantos delírios... tantas desventuras... mas no final, permanecem como começaram.
Talvez essa influencia de filmes (ou livros), me levam a um mundo ilusionista... Talvez me levem aquele sonho que eu tive uma vez.. com meus doze anos de idade.

Desci do ónibus, confiante e feliz por ter tido aquele sentimento. Por ter sentido àquele cheiro.

Estudar a noite é bom. É bom se sentir responsável por si próprio, sem ter acusações a você. É bom sentir-se.
Agora eu já tinha descido do ónibus, e meu caminho agora era com meus próprios passos. Enquanto a lua me acompanhava, eu sentia, eu vivia aquele momento. Lembranças me acompanhavam e me davam a certeza de que um dia esse sentimento teria um nome Quem sabe, esse sentimento tão obscuro e escondido dentro de mim se mostre um dia... Será que algum dia te reconhecerei?

Será que é você que vai entender o que eu digo?
Você me dará rosas? Fará minha vida mudar? Ou viverei eternamente em busca da minha palavra? À procura desse sentimento sem nome?

Thais Souza.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Pra Você Guardei Meu Amor



Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar

Ana Cañas e Nando Reis.

Do Passado


Saudades de minha infância...
Não estou muito longe dela... muitas lembranças boas permanecem frescas em minha memória. Mas sinto saudades. Saudades do tempo em que meus sentimentos mais inocentes, me levavam a uma vida saudável, sem peso. Saudades do tempo em que acreditei verdadeiramente que o amor existia... e que duraria para sempre.
Já ouviu falar em "primeiro amor"? Eu tive (tenho).

Hoje, percebo que à medida que crescemos, a inocência se perde, e nos deparamos com a realidade, nua e crua.
Não, não é fácil encararmos a realidade... Não é fácil entender que as coisas mudam...
Principalmente, que a vida muda.

Mudamos de lugar...

Despedir-me é o que me resta... despedir-me da minha infância... e abrir os braços para a realidade...

No quarto escuro, escutando Ana Cañas com Nando, tento reviver o passado, e criar um novo. Quem sabe tenho a sorte de te ver de novo?
Ah se isso acontecesse... Como seria? Como você está hoje? É o mesmo, ou mudou como eu?

Será que algum dia cantarei essa música pra você? Para alguém?

Por que, ainda, me apego tanto a esse passado (que mais parece um sonho)... Por que o tento revive-lo?

O fato é que nem chegamos a nos despedir... e se tivéssemos? Como seria? O que de fato aconteceu naquele tempo?

Devo realmente permanecer esperançosa de que algum dia eu veja você?
Quem é você?


Thais Souza.