sábado, 7 de agosto de 2010

À vista


Lá vem ele, com toda a sua elegância, transmitindo a dúvida. A dúvida de pensamentos...
Toda vez que me encontro com ele, meu corpo se estremece. Séries de emoções me invadem e eu simplesmente não consigo explicar o motivo.
Nossos encontros são rápidos, mas com grande intensidade. As vezes dizemos um "oi", um "o que está pensando?", ou um "desculpa, foi sem querer", perguntas banais. Já em outras situações, nossas conversas rápidas são tão profundas, que de uma simples provável pergunta, vem uma translação de sentimentos. Não importa, ele sempre será um mistério. Sempre estará transformando meu sistema nervoso. Um mistério bom, que eu gosto de desvendar. Aliás, que eu gosto de tentar desvendar.

Sempre me pergunto, o que ele acha de mim, o que ele vê.
O que vejo nele é algo indecifrável. Nos enfrentamos. E eu prefiro não admitir certa malícia que me invade. Sim, a malícia e eu agora estamos nos conhecendo. Não me sinto inteiramente à vontade com ela, mas como uma folha levada pelo fluxo de água, vou me arrastando até ver aonde irei parar.
Por outro lado, a ingenuidade foi algo que sempre me acompanhou, e parece que tento fugir dela. Tento enxergar por outro lado, afim de satisfazer uma emoção momentânea. Mas isso é segredo, e dura pouco.

O fato, porém, é que eu ele não passamos de uma ilusão. Uma fantasia. Algo que criamos, não sei porquê, e que vem nos "enchendo" de explosões sentimentais. Aliás, esse "nós" nem existe. O que existe é eu e eu. Ele é apenas aquele olhar que me persegue e me proporciona aquela gostosa e inquieta sensação de sentires indefinidos.

Indiferentemente se ele existe ou é apenas ilusão, continuarei sendo arrastada pelo fluxo de sentimentos sem destino à vista.


Thais Souza.