sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Beautiful Lie



Sonhos e invenções me acompanham dia e noite. Fica até difícil distinguir o real do irreal.
Credibilidade em gestos, feições, olhares e frases são conteudos que permanecem na memória principalmente antes de dormir. Chega a ser bizarro apostar que o dia será melhor ou pior devido a isso.
Nomeando-se, existem diversas palavras que explicaria esta dependência, mas não as quero mencionar agora. Estas palavras poderiam caracterizar uma própria personalidade, que na verdade nem sequer existe. Ou melhor, finjo que não existe.

Desconhecidos me são familiares na maioria das vezes (o que nos aproxima?).
Histórias são vividas apenas por mim mesmo. Mas me sinto feliz ao fim do dia. Temporariamente.

Então, só resta a pequena esperança de que num futuro próximo, eu as viva verdadeiramente, intensamente, realmente.

Thais Souza.

sábado, 4 de setembro de 2010

Casa Aberta




Meu vizinho tem uma casa aberta. Sim, literalmente, uma casa aberta.
De inicio, me espantei ao perceber que a geladeira, o fogão, o sofá amarelo, a garrafa de café sobre a mesinha de madeira, e as cadeirinhas bem arrumadinhas, fosse a casa deles. Deles porque são três rapazes. Aberta porque é ao ar livre. Somente o(s) quarto(os) são fechados.

É um sobrado enorme. Do meu quintal consigo ver a parte de cima do sobrado.
Antigamente, achava que era apenas a área de "lazer" dos moradores debaixo, mas domingo passado, vi que era o lar, realmente dos três rapazes.
Estava eu no meu quintal, lendo um livro, quando me deparei com um rapaz também muito concentrado na leitura. Com muita curiosidade, comecei a observá-lo. Em cima do sofá tinha uma mochila e logo em seguida, um outro rapaz apareceu, vindo do corredor com um copo na mão. Abriu a geladeira, pegou uma Coca-Cola, e agarrou a revista, deitando relaxadamente no simpático sofá amarelo.

Enquanto observava-os, minha mente imaginava porções de histórias sobre eles. Histórias baseadas nas perguntas básicas, como: quem eram? Desde quando moravam ali? Por que moravam apenas os três? A partir daquele domingo, a curiosidade pela vida deles, me rodeava.

Entendam, não sou o tipo de pessoa que "cuida" da vida dos outros, mas à eles, atribuo esta vontade à necessidade de preencher algo que não consigo dizer.

Hoje pela manhã, precisamente às 4h47, fui observá-los. Entre a escuridão da madrugada, e a luz da lua, um dos rapazes estava lá, no sofá amarelo. Com uma xícara na mão vermelha, ele parecia contar as estrelas. Talvez pensando na vida, pensando no que poderia ter feito, ou no que vai fazer. Sempre invento uma história pra eles. Acho que eles viraram meus personagens.

A personalidade deles eu também inventei. Este, "das estrelas" é o meu favorito. Ele parece um pouco perdido as vezes, um tanto avoado.. um tanto familiar.
Não consigo descrevê-los fisicamente, pois não os vejo. São inespressiveis, misteriosos...
Tenho a impressão que eles são eu.

Na realidade, esta "casa aberta" para o mundo me atormenta. Esta falta de privacidade deles me pertuba. Mas mesmo nesta situação constrangedora da minha parte, eu continuo espiando-o, continuo inventando estas histórias...

Talvez um dia eu os conheça de verdade, e possa entender que a "casa" deles nunca fora aberta para os outros.


Thais Souza.

sábado, 7 de agosto de 2010

À vista


Lá vem ele, com toda a sua elegância, transmitindo a dúvida. A dúvida de pensamentos...
Toda vez que me encontro com ele, meu corpo se estremece. Séries de emoções me invadem e eu simplesmente não consigo explicar o motivo.
Nossos encontros são rápidos, mas com grande intensidade. As vezes dizemos um "oi", um "o que está pensando?", ou um "desculpa, foi sem querer", perguntas banais. Já em outras situações, nossas conversas rápidas são tão profundas, que de uma simples provável pergunta, vem uma translação de sentimentos. Não importa, ele sempre será um mistério. Sempre estará transformando meu sistema nervoso. Um mistério bom, que eu gosto de desvendar. Aliás, que eu gosto de tentar desvendar.

Sempre me pergunto, o que ele acha de mim, o que ele vê.
O que vejo nele é algo indecifrável. Nos enfrentamos. E eu prefiro não admitir certa malícia que me invade. Sim, a malícia e eu agora estamos nos conhecendo. Não me sinto inteiramente à vontade com ela, mas como uma folha levada pelo fluxo de água, vou me arrastando até ver aonde irei parar.
Por outro lado, a ingenuidade foi algo que sempre me acompanhou, e parece que tento fugir dela. Tento enxergar por outro lado, afim de satisfazer uma emoção momentânea. Mas isso é segredo, e dura pouco.

O fato, porém, é que eu ele não passamos de uma ilusão. Uma fantasia. Algo que criamos, não sei porquê, e que vem nos "enchendo" de explosões sentimentais. Aliás, esse "nós" nem existe. O que existe é eu e eu. Ele é apenas aquele olhar que me persegue e me proporciona aquela gostosa e inquieta sensação de sentires indefinidos.

Indiferentemente se ele existe ou é apenas ilusão, continuarei sendo arrastada pelo fluxo de sentimentos sem destino à vista.


Thais Souza.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Vê?


Assim como a rotação e a translação, é impossível de responder aos mesmos e contínuos porquês.

Tudo se transforma, é fato. Mas existe a opção de escolher qual transformação você quer, não é?
Uma das escolhas mais difíceis, é aquela a qual o seu interior é forçado a tomar um caminho pelo qual não se sabe qual o destino. Ou melhor, é até imaginável, mas qual a garantia?
Mistério, medo, risco, ousadia... mas, fé.
Em um coração sufocado de tantos gritos silenciosos, a próxima opção é seguir. Não há muito a fazer, senão acreditar que a força para viver está em você. E somente você tem o poder de transformar os seus sonhos em realidade. Em apostar nas suas metas. Acreditar em si próprio. Enxergar além do que os olhos podem ver, mas sentir.

Enxergar que a sombra ao seu lado, que muitas vezes te assusta, é você. E somente ela, andará contigo para o seu sempre.

Thais Souza.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Não foi dessa vez




Depois de jogadas baixas da Holanda,o Brasil leva suas esperanças para 2014!!

=(

Infelizmente, não foi dessa vez... mais uma vez o Brasil é forçado a se conformar!

sábado, 5 de junho de 2010

Renovações Matutinas



Mais uma manhã chuvosa. Ele ainda está deitado em sua cama e sonolento, escuta as pequenas gotas de água caindo sobre seu quintal. Ainda são cinco e meia da manhã, deve se arrumar logo, pois dentro de alguns minutos, se atrasará para o trabalho.
"Os dias estão se passando rápido demais", pensa.
Desprezando a preguiça, consegue se levantar e ir tomar banho.


A mesma rotina e os mesmos pensamentos o invadem durante todas as manhãs. É necessário a inovação. Se sente pressionado a tomar decisões futuras, mas o tempo voa o deixando para trás.

A chuva está mais forte, e sua angústia também. Insatisfação seria a palavra? Ou talvez a limitação? Sim, deve ser esta a palavra. Pobre Otavio, cheio de sonhos mas limitado a si mesmo.

Quanta coisa já deixou para trás, quantos projetos inacabados...

A rotina se tornou sua companheira e o comodismo o desgasta.
Solitário, ansioso e limitado.
Preso a convenções que o faz dizer quem não é.
Otávio está cansado da mesmice, quer viver uma nova vida.
Precisa arrancar de si todos os planos, projetos, sonhos e coloca-los na prática.
Precisa liberar seu verdadeiro eu.

Respirando fundo, mais otimista, decide desenhar seu próprio caminho. Seu coração pulsa ao ritmo da chuva e sua voz libera seu grito entalado na garganta.
Ilimitado, Otávio se renova mais uma vez.

Thais Souza.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Figurantes da Vida


Pensar que o dia será mais um dia, é esperar pouco da nossa imaginação e criatividade.
Todos os dias, convivemos com tantos universos paralelos, tantos pensamentos e tantas verdades opostas umas das outras que acreditar que o dia será a mesmisse de ontem, é pensar pequeno.
Quando, por ajuda do tempo ou situação, nos é dado o privilegio de enxergar além do que nossos olhos podem ver, devemos agarrar com toda a nossa força às novas experiências e amizades.
Certa vez, eu estava caminhando rumo a uma pracinha que fica bem próximo ao meu trabalho. La é um lugar ideal para observar o movimento urbano, escutar musica, ler um livro, participar de pegadinhas e reportagens da tv, respirar, conhecer gente de todos os tipos e encontrar-se um pouquinho. Costumo ir diariamente para passar os minutos restantes do meu horário de almoço.
Ao sentar em um banco (geralmente divido com mais duas pessoas), tento ler as diversas expressões que os figurantes da vida mostram todos os dias. Uns passam apressados, outros com um pequeno sorriso de canto, uma garota sai correndo com seu cão... e por ai vai. Convivemos com diversas pessoas em diversas situações diferentes sem nos darmos conta.
Num ónibus, por exemplo, enquanto você está concentrado(a) em uma musica e seus pensamentos estão no seu fim de semana passado, uma pessoa que está ao seu lado, está preocupado(a) em como livrar-se de tal problema em casa, ou no seu trabalho. Nos últimos bancos, há um jovem que enquanto dorme, está sonhando que ainda está em casa atrasado para chegar na escola... Hum.. agora sou eu que não está usando muita criatividade. Mas o fato é que estamos constantemente ligados a vários mundos, e por coicidencia ou não, muitas vezes acabando nos interligando! ^^ E a partir do momento que nos "conectamos" com outro "mundo", dividimos experiências, informações, opiniões e muito mais!
Certa vez, estava a procura de um banco na praça para me sentar. Acabei sentando ao lado de um rapaz curioso. Julgando-o a aproximadamente vinte anos de idade, com veste simples, boné para trás, concentrado em pegar todo tipo de lixo na pracinha que estava a seu alcance (folhas de árvores, palito de pirolito, papel de balas, figurinhas..etc), iniciei uma conversa com ele:
-Oi, posso me sentar?
-Hã?
-Posso me sentar com você?
-Eu estou trabalhando, mas se quiser pode sim (suas palavras soaram um tanto enroladas demais)
-O que está fazendo? Especificamente?
-To pegando esses lixos pra mandar pros caras da Espanha

Desconfiada se ele estava falando o que realmente pensava, ou se estava me zoando, decidi entrar na brincadeira:

-Humm legal... mas por que você fará isso?
-Pra ganhar dinheiro uai!
- E o que eles ganham com isso?
- A reciclagem
?
-Reciclam folhas de árvores, papeis de balas?? Humm legal

Risos

-Tem cigarro moça?
-Não, não fumo.
-Olha, é a melhor coisa que você faz na sua vida
-Também sou feliz por isso...
-É.. mas se você tivesse um W.U..
-W o que?
-Cigarro
-Ha..
-... ai eu fumava
- É, eu não tenho...

Humm, comecei a sorrir. Sabia que ele não estava são. Mas ele continuou...

-Tem apelido moça?
(pergunta idiota)
-Não, e você?
(resposta idiota)
-Meu apelido é Speed
-Speed?
-Uhumm... então a partir de hoje seu apelido será "Spirit of London"

(Não é possível, esse cara está me zoando e me dando um apelido,que coisa! Mesmo assim continuei)

-Isso não é nome de balada?
-Orra!! Tem varias baladas por aqui... Se quiser qualquer dia vamos em uma...
Assuntos como baladas, relacionamentos, Espanha, sites, pegadinhas, dinheiro e cigarro (ou o que mais letras do alfabeto representariam) se estenderam até eu realmente perceber que deveria parar por ali. Então, me levantei e disse que ia andar.
Quem disse que o Speed me largou fácil?
Antes de ir embora, ele após colocar todos os lixos dentro da garrafa, fechou-a. Amarrou um canudo amarelo(fazendo um laço), colocou a garrafa dentro de um saco plástico, e pediu , ou melhor insistiu, para que eu fosse até o correio enviar por Sedex aquela garrafa para a Espanha.

¬¬

Era só o que me faltava!!
Foi ai que me toquei que já era hora de parar de brincadeira!
Agora séria, disse que não andaria com uma garrafa cheia de lixo e muito menos a levaria para o Correio.

-Por que você não leva? -perguntei
-Ué, porque não quero.
-Então eu também não levarei. Deixa ela ai...

Para finalizar...

Acabando com aquela discussão de levar ou não a garrafa pra Espanha, ele acabou jogando fora. Voltei para o serviço e meu dia terminou em risadas quando contei para meus amigos.

O Speed, talvez estivesse me julgando mais "inocente" que ele, enquanto conversava comigo. De um figurante, ele passou a ser o protagnista do meu dia.
Fizemos o papel de bobos, mas AQUELE dia foi um dia diferente do anterior e do seguinte. E mesmo com nossas diferenças, aprendemos algumas coisas como: "Pensem muito bem com quem você começa uma conversa! "
O dia valeu a pena, nossos mundos por um momento se interligaram e voltei satisfeita por fazer meu dia diferente dos outros.

Depois desse dia me pergunto, quantos figurantes passam despercebidos por nós todos os dias e quantos viram protagonistas?

Thais Souza

sábado, 3 de abril de 2010

Voaa passarinho, voaa



Tudo começou com um ato - mas o que é que acontece sem que façamos algo? As nossas ações sempre causam consequências.

Ela queria sair de seu casulo. Precisava se descobrir. Precisava entrar em contato com o mundo - por mais que sempre dissessem a ela para não ir. Ora, ela precisava!
Mas é aquela velha frase: "Toda Ação tem uma Reação"

Ela seguiu. Rumo? Sem destino... chegar a algum lugar que ela ainda desconhecia.
Tudo quando ela decidiu abrir os olhos para as letras...

Foi (é) difícil para ela abrir a janela de seu quarto e se deparar com o mundo racional que a cercava. Tantas cobranças, tantas mentiras, tantos medos!
A lógica não era sua companheira até aquele momento.
Seria um morrer? Um nascer? Ela não sabe. Tudo o que soube no momento é que deveria escolher o que deveria acreditar. Já que tudo o que acreditara, de desfazia em minutos de sua mente.
No começo ela preferiu continuar como estava.
Já viram a reação de um pássaro qualquer preso numa gaiola, quando enfim algum filho de Deus resolve o tirar dali, deixando a porta da gaiola aberta - livre para o pássaro voar livremente? Ele, de imediato não sai. Timidamente, observa o que está acontecendo. Medo de se deparar com o mundo? Não sei, mas por algum motivo - e ele tem suas razões - permanece por uns minutos decidindo se quer ser realmente livre para voar.
Ah... que difícil decisão! Será que Ela quer realmente ser livre para pensar diferente? Será que ela realmente quer ser livre para voar nesse imenso céu?

Um pouco perturbada, resolve pausar a leitura...

Para quem esperava flores encantadas, se depara a flores cercadas de espinhos, MAS belas... muito belas..

Se tivesse gosto, aquelas linhas de imediato levaria a um sabor picante. Afinal era uma descoberta! Humm... um sabor... não era doce... talvez um sabor mais amargo? Mas no final era bom! Como se fosse desafiador saboreá-lo...

O Mundo de Sofia!!
Foi o livro acima que causou a perturbação na pobre sonhadora...

Foi ele que a levou para as grandes discussões de teorias que até hoje não se chegam de fato a uma conclusão.

Este livro fala de vários assuntos filosóficos como, "quem somos", "de onde vimos", "qual a finalidade de estarmos aqui"; também retrata opiniões religiosas e sua rival: a razão. É uma mistura de opiniões, criticas, relatos históricos... num contexto onde a fantasia também tem o seu lugar.
Sofia, uma garota de 15 anos descobre o mundo... e junto com seu professor tentam se livrar do que os dominam. Algumas vezes é seu Deus, mas verdadeiramente sabem que é autor do livro que escrevem tudo o que eles irão fazer.E também sabem que alguém lerá...
Uma busca continua... pelo que? Uma tentativa de fuga? Para onde?

Aonde estas linhas irão me levar..

Para concluir...

Ação e Reação. Até que ponto devemos agir? Até que ponto devemos fugir? Aonde está a verdade? Onde está nossa palavra?

Ela ainda permanece pensativa. Já se passaram dois anos, e as mesmas perguntas são feitas, as mesmas dúvidas sem resposta...
Consequência? A dúvida tende a aumentar, a cada voo que ela sobe... a cada passo incerto que ela dá.
A diferença é que ela decidiu sair da gaiola... ainda, com olhos bem atentos, observa à sua volta... Ela continua a buscar sua PALAVRA.

Voaa passarinho, voaa...

Thais Souza.

sábado, 20 de março de 2010

O que vê




Desculpe-me pela minha feição. Infelizmente hoje, percebi o quanto sou transparente.
Mal consigo dizer algo. Aqui está muito barulhento, não consigo te explicar o que está acontecendo comigo.

Desculpe pelo meu orgulho, é que não suporto a ideia de manipulação à minha pessoa.
Queria transparecer humildade, pois no fundo, creio que guardo muitas palavras afim de não te magoar(assustar). Mesmo assim, é esta face que você vê. Não consigo mostrar outra.

Então, ao invés de julgar o que sou, por que não indague o que sinto?

Não... infelizmente você não lerá o que escrevo aqui. Nem tampouco escutará o que digo. Como disse, há muito barulho aqui, e se continuar como está, esse som borrado dessa guitarra se tornará pior.

Para meu alívio (ou talvez para a solução), tenho certeza que não me aguentarão por muito tempo.
Mais uma vez, vivendo, aguardarei o que meu amigo tempo resolverá.

Preciso sair daqui, esse som está me roendo...
Até amanhã. Que seja melhor que hoje. Será.

Thais Souza.

sábado, 13 de março de 2010

Viva La Vida



Já faz um tempo que planejo postar aqui. Alem da falta de tempo, existe a falta de letras...

Há alguns dias atrás, algo me chamou a atenção:
"Viva La Vida".
Não sei se a emoção vem da musica, ou da imagem... Mas veio. E eu gosto de sentir! ^^

Sou movida a estes sentimentos, não adianta...
Preciso, inevitavelmente destas sensações fortes para viver. Mesmo que eu as invente!

No dia-a-dia, sentada há horas em frente àquele computador, percebo que são essas emoções, sensações que darão "graça" ao dia. É exatamente essa fantasia que colocamos, que nos fortalecerá.


Por favor, não queira me entender... Chega dessa normalidade, dessa racionalidade.
Já sabemos que a vida não é um conto de fadas... Já descobri isso, mas me deixe...

Não busco o normal, não quero que viva como eu, nem sinta como eu...

Esse é meu momento.

E se a falta de inspiração vier, vamos viver la vida, com sensações, determinações, sonhos e independência.

Viva La Vida.

Por hoje é só... (até que as letras voltem)

Thais Souza.

sábado, 6 de março de 2010

Ainda não



Numa noite clara, coberta por uma lua observadora e estrelas vigilantes, ela sai rua abaixo apressada para encontrar-se.
Tudo o que ela quer é esquecer seu lado altruísta.
Seu semblante nada mostra. Por isso ela está cansada. Quer se encontrar, já que só consegue sorrir.

Por que ela só consegue expor sorrisos falsos, escondendo a duvida que penetra cada vez mais em seu coração quando está com ele?
Não, a duvida não é do que ele faz. Mas é do que exatamente ela quer com ele. Do que esperar.

Será que se alguém a visse naquele momento, entenderia o que estaria se passando em sua mente?

Enquanto caminhava, relembrava da época em que "teimava" com suas amigas da pré-escola, que sol não tinha olhos - como assim a maioria das crianças desenhavam. Ela sempre se achou a esperta, a madura. Mas hoje, naquela noite, enquanto descia a rua, se perguntava se a Lua acima a enxergava. Será que os olhos da Lua, invisíveis, teriam o 'poder' de ver o que se passava com ela naquele momento? Por que a maioria das crianças não desenhavam olhos na Lua? Talvez assim ela teria certeza que não estaria só, naquela noite onde a indecisão tomava conta.

Hoje, tudo o que ela sabe, é que não sabe de muita coisa.
Tudo o que ela quer, é ter certeza. Poder dizer o que quer. Que não suporta mais sorrir para você. Precisa de mais emoção. Quer arriscar a uma escolha, mas ainda falta a ousadia...


Ela continua caminhando, ainda não chegou...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sentimento Sem Nome


Existe um sentimento dentro de mim que não se expõe com facilidade. As vezes, para encontra-lo, preciso de algo estimulante... Algo que me faça gritar, de dizer tudo o que sinto. Seja numa nota do meu violão, dos textos da Eveline, das frases ditas por alguém, e que na minha rotina, relembro-as continuamente.

Não há como definir este sentimento, pois em hora, é algo audacioso, liberal, estimulante... Mas em outrora, é um vazio... e se torna minha busca continua ( minha "palavra").

Esse sentimento tem cheiro... Sim, ele tem cheiro...

Certa vez, quando descobri que teria mais tempo para postar aqui, e li alguns textos da Line, sai do serviço para ir pegar o ónibus rumo a escola. Ao entrar naquele ónibus, sentar no primeiro banco, ligar meu mp4... algumas de minhas lembranças tornaram-se mais vivas. Primeiro, lembrei-me de mim mesma há alguns anos atrás...
Não muito distante: meus doze, treze anos.

O sentimento veio... e junto com ele, seu cheiro. Aquele cheiro que não consigo definir.

As vezes me sinto em um desses filmes americanos, franceses... Aqueles que parecem que nunca terminam no final: o personagem dejavu, que tem uma vida normal, como a minha... Aquela historia que acontecem tantas coisas loucas, tantos delírios... tantas desventuras... mas no final, permanecem como começaram.
Talvez essa influencia de filmes (ou livros), me levam a um mundo ilusionista... Talvez me levem aquele sonho que eu tive uma vez.. com meus doze anos de idade.

Desci do ónibus, confiante e feliz por ter tido aquele sentimento. Por ter sentido àquele cheiro.

Estudar a noite é bom. É bom se sentir responsável por si próprio, sem ter acusações a você. É bom sentir-se.
Agora eu já tinha descido do ónibus, e meu caminho agora era com meus próprios passos. Enquanto a lua me acompanhava, eu sentia, eu vivia aquele momento. Lembranças me acompanhavam e me davam a certeza de que um dia esse sentimento teria um nome Quem sabe, esse sentimento tão obscuro e escondido dentro de mim se mostre um dia... Será que algum dia te reconhecerei?

Será que é você que vai entender o que eu digo?
Você me dará rosas? Fará minha vida mudar? Ou viverei eternamente em busca da minha palavra? À procura desse sentimento sem nome?

Thais Souza.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Pra Você Guardei Meu Amor



Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar

Ana Cañas e Nando Reis.

Do Passado


Saudades de minha infância...
Não estou muito longe dela... muitas lembranças boas permanecem frescas em minha memória. Mas sinto saudades. Saudades do tempo em que meus sentimentos mais inocentes, me levavam a uma vida saudável, sem peso. Saudades do tempo em que acreditei verdadeiramente que o amor existia... e que duraria para sempre.
Já ouviu falar em "primeiro amor"? Eu tive (tenho).

Hoje, percebo que à medida que crescemos, a inocência se perde, e nos deparamos com a realidade, nua e crua.
Não, não é fácil encararmos a realidade... Não é fácil entender que as coisas mudam...
Principalmente, que a vida muda.

Mudamos de lugar...

Despedir-me é o que me resta... despedir-me da minha infância... e abrir os braços para a realidade...

No quarto escuro, escutando Ana Cañas com Nando, tento reviver o passado, e criar um novo. Quem sabe tenho a sorte de te ver de novo?
Ah se isso acontecesse... Como seria? Como você está hoje? É o mesmo, ou mudou como eu?

Será que algum dia cantarei essa música pra você? Para alguém?

Por que, ainda, me apego tanto a esse passado (que mais parece um sonho)... Por que o tento revive-lo?

O fato é que nem chegamos a nos despedir... e se tivéssemos? Como seria? O que de fato aconteceu naquele tempo?

Devo realmente permanecer esperançosa de que algum dia eu veja você?
Quem é você?


Thais Souza.