sábado, 6 de março de 2010
Ainda não
Numa noite clara, coberta por uma lua observadora e estrelas vigilantes, ela sai rua abaixo apressada para encontrar-se.
Tudo o que ela quer é esquecer seu lado altruísta.
Seu semblante nada mostra. Por isso ela está cansada. Quer se encontrar, já que só consegue sorrir.
Por que ela só consegue expor sorrisos falsos, escondendo a duvida que penetra cada vez mais em seu coração quando está com ele?
Não, a duvida não é do que ele faz. Mas é do que exatamente ela quer com ele. Do que esperar.
Será que se alguém a visse naquele momento, entenderia o que estaria se passando em sua mente?
Enquanto caminhava, relembrava da época em que "teimava" com suas amigas da pré-escola, que sol não tinha olhos - como assim a maioria das crianças desenhavam. Ela sempre se achou a esperta, a madura. Mas hoje, naquela noite, enquanto descia a rua, se perguntava se a Lua acima a enxergava. Será que os olhos da Lua, invisíveis, teriam o 'poder' de ver o que se passava com ela naquele momento? Por que a maioria das crianças não desenhavam olhos na Lua? Talvez assim ela teria certeza que não estaria só, naquela noite onde a indecisão tomava conta.
Hoje, tudo o que ela sabe, é que não sabe de muita coisa.
Tudo o que ela quer, é ter certeza. Poder dizer o que quer. Que não suporta mais sorrir para você. Precisa de mais emoção. Quer arriscar a uma escolha, mas ainda falta a ousadia...
Ela continua caminhando, ainda não chegou...
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