segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Imprecisão



Era pra ser só um dia. Só mais um pouco.
Passaram-se meses em que, acomodada, assistia a vida alheia seguir o ritmo. Ritmo de quem tinha prazos. Sem correria não iriam chegar a tempo para conseguirem lugar vago naquele ônibus. E o ônibus viria, cedo ou tarde, dependendo do ponto de vista. É melhor já estar tudo garantido.
Analisava-os como alguém que estivesse do alto, enxergando cada detalhe que eles tentavam esconder. E as horas passavam, e ela sentada assistia.
Tão assim, tão sei lá... tão de qualquer jeito. Tão sem alguma coisa.Que alguma coisa?
Cada olhar, cada riso, cada mosquinha a atraía atenção. Atenção instável. Dispersa seguia, então. Faltava. O tempo todo. Momentâneas eram as distrações que só a fazia se sentir mais nada.
Nem sempre foi assim, e quando passou a ser?
Assistia-se.
Quem era diante deles? Em qual parte os eram ela? Onde estaria ela nesse momento?
Então nesse contexto desconexo o tempo passou.
Nesse novo lugar, a teoria só não basta. Daí a Insegurança, o Arrependimento e o Amadurecimento andam juntos. Assim, tão meio sem jeito, tão meio sem direção.. assim tão, tão insatisfeitos.




Thais Souza.

2 comentários:

  1. Olá, querida Thais!!!

    Assistir a vida alheia, bem sei... Em alguma hora, dependendo das situações, a vida encarrega-se de nos fazer observadores... E, esse teu belo texto, lembrou-me alguns dos meus sentimentos presentes. Sabe, Thais... A vida de observador não pode durar por muito tempo... Temos que ser o objeto de ação da nossa vida. E, claro, a teoria só não basta... Mas é tão difícil agir... A insegurança... O ousar... Podam-nos.

    Saudades e obrigada pela visita!

    T.S. Frank
    www.cafequenteesherlock.blogspot.com

    P.S: vou colocar teu blog na categoria dos hiper cafeinados do CQ&Sherlock.

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